Com a ideia de promover também ações culturais valorizando nomes da nossa cultura, a ANCEC realizou em 2015 a montagem de “O Beijo no Asfalto”, peça do maior dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues, com direção de Marco Antonio Braz e participação de Marcos Breda.
Os atores Cal Titanero e Stella Portieri
O ator Marcos Breda em cena
Cena de O Beijo no Asfalto
Seguindo a proposta do reconhecimento aos ícones nacionais, a ANCEC partiu para seu segundo projeto cultural junto a família de Nelson Rodrigues, idealizando uma nova montagem da peça “Bonitinha, mas Ordinária” com direção do mestre em “Nelson”, Luis Artur Nunes. O espetáculo foi apresentado antes da entrega do Troféu em 2018 e 2019, promovendo a obra do dramaturgo junto a toda plateia presente.
Tratando de temas polêmicos, como racismo, estupro, corrupção, entre outros, o texto de Nelson Rodrigues permanece atual, ainda que tenha sido escrito há mais de cinquenta anos. A montagem teve como objetivo ser acrítica, deixando para o público a reflexão sobre os problemas apresentados e sua conexão com o momento atual do País.
Partindo de uma linguagem naturalista da interpretação, a montagem é executada por jovens atores da nova geração do teatro paulistano, junto a nomes consagrados como Pedro Paulo Eva e Adão Filho.
O conjunto de cenografia, iluminação e figurinos, elaborados pela atriz Stella Portieri e pelo iluminador Fabio Cabral, apostam na simplicidade para criar um jogo de cena que se mostrou surpreendente e bastante elogiado pelo público em sua temporada em SP e RJ.
Os atores Cal Titanero e Stella Portieri em cena
Cena de Oto Lara Rezende, ou Bonitinha, mas Ordinária
Em 2021, devido a pandemia, a ANCEC realizou um projeto inovador em parceria com a Pier 66, uma web-serie, inspirada nas obras de Nelson Rodrigues, “ÉDEN 20 63”, disponível no Youtube e com participação do neto de Nelson, Sacha Rodrigues.
Um projeto que se iniciou em 2019, e que acabou sendo adiado por mais de 3 anos devido a pandemia, nossa versão de Valsa nº 6 teve, como premissa básica, fugir do estereótipo da “adolescente neurótica”, tão comum nas montagens do texto. Buscamos durante o processo trabalhar uma “teatralidade” que tem sido deixada de lado em tantos espetáculos recentes, que se tornam, ou buscam se tornar, cada vez mais “realistas”, como se já não tivessemos tanta realidade a nossa volta. E sempre gosto de lembrar que o teatro ainda é o lugar onde podemos fugir desse onipresente real. O palco é lugar do sonho.
Com um cenário minimalista, onde só se encontra o essencial, o foco da montagem foi, desde sempre, o trabalho e a expressão da atriz, que, neste texto especificamente, tanto pela pluralidade dos personagens, quanto pela montanha russa de emoções vividas pela protagonista, torna-se um imenso desafio, e Gabi Mendes, que deu vida à Sônia, ao Dr. Junqueira, a mãe, ao pai e uma gama de vizinhos, comadres e observadores, cumpriu com imenso brilho.
© 2023 – Troféu Nelson Rodrigues